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INTERAÇÕES

  • Tanto na cannabis medicinal, como na ilícita, a quantidade e concentração de THC e/ou CBD nas mesmas, poderá, além dos seus próprios efeitos, levar a que ocorram interações. [1]

  • É importante ter em conta que estas interações e a sua intensidade podem variar, sendo que algumas destas poderão ser clinicamente irrelevantes, isto é, não produzem efeitos ou alterações expressivas e, sendo assim, podem não culminar na retirada da medicação (da cannabis medicinal ou de outros fármacos), mas sim num ajuste da dose de um ou mais fármacos prescritos. [2]

  • Portanto, é essencial identificar e entender quais as possíveis interações existentes com a cannabis, de forma a prevenir que estas ocorram e/ou intervir caso aconteçam, da forma mais célere possível.

 

 

 

O que pode acontecer?

Efeitos

Sinérgicos [1] [2]

Quando a cannabis é consumida em conjunto com fármacos ou substâncias

com efeito sedativo do SNC, tais como Benzodiazepinas, Opioides e Álcool.

Pode ocorrer o aumento da sedação, sonolência, tonturas, náuseas e confusão.

 

bisoprolol.png

2. Bisoprolol,

exemplo de Bloqueador Beta.

Menor Efeito Terapêutico [1]

Quando a cannabis é consumida em conjunto com certos grupos de fármacos, tais como os Broncodilatadores.

Estes podem ver o seu

efeito terapêutico ser diminuído.

 

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4. Varfarina Sódica,

exemplo de Anticoagulante.

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1. Alprazolam (Xanax),

exemplo de Benzodiazepina.

Efeitos Adversos

Cumulativos [1]

Quando a cannabis é consumida em

conjunto com fármacos com

efeitos adversos cardíacos semelhantes,

tais como Bloqueadores Beta ou Digitálicos.

Pode levar ao aparecimento de hipotensão, hipertensão, taquicardia e síncopa.

 

salbutamol.png

3. Sulfato de Salbutamol (Ventolin),

exemplo de Broncodilatador.

Promoção de

Efeitos Adversos [3]

Quando a cannabis é consumida em conjunto com fármacos tais como Antipsicóticos, Antiepiléticos ou Anticoagulantes (entre muitos outros).

O THC e o CBD podem inibir enzimas hepáticas, logo podem provocar maior biodisponibilidade destes substratos das mesmas, culminando em maior probabilidade de os mesmos causarem efeitos adversos.

 

Porque é que acontecem? [1]

THC e CBD

sofrem transformações por enzimas

do fígado (metabolismo)

Metabolitos

Quando outras substâncias e/ou fármacos inibem, induzem ou competem pelo uso destas enzimas é possível ocorrerem

INTERAÇÕES

Quais são os Fármacos ou Substâncias que necessitam de monitorização apertada ? [1]

Desliza o rato sobre os quadrados para revelares

mais informações sobre os fármacos ou substâncias

O risco de hemorragia pode elevar-se com o menor dos estímulos, durante uma terapêutica com Varfarina, devido à estreita janela terapêutica.

O THC e o CBD inibem a CYP2C9, logo maior quantidade de Varfarina estará biodisponível, culminando num maior risco de hemorragia.

Varfarina

O risco de hemorragia pode elevar-se com o menor dos estímulos, durante uma terapêutica com Varfarina, devido à estreita janela terapêutica.

O THC e o CBD inibem a CYP2C9, logo maior quantidade de Varfarina estará biodisponível, culminando num maior risco de hemorragia.

TEOFILINA

Quando inalada, a cannabis, torna a clearence de teofilina mais célere, o que culminará na diminuição do seu efeito terapêutico.

Suspeita-se que este efeito é, ainda mais, potencializado caso haja inalação em simultâneo de tabaco.

Clobazam

CBD atua sinergicamente aumentando, até 3x, a concentração de um metabolito ativo do clobazam, exacerbando o efeito sedativo do mesmo.

(o mesmo pode-se aplicar a outras benzodiazepinas).

Valproato

A toma concomitante de CBD

com este fármaco pode levar ao aumento de enzimas hepáticas e tem o potencial de

causar danos no fígado.

Anti

depressivos Tricíclicos

Efeitos adversos mais regulares,

tais como náuseas, tonturas e falta de concentração quando ocorre a toma, em simultâneo, com cannabis.

ÁLCOOL

Quando consumidos em conjunto, a concentração de THC pode aumentar (temporariamente), levando a um possível aumento de efeitos adversos, como dificuldades na coordenação motora.

Exemplos de outros Fármacos que alteram a biodisponibilidade do THC[3]

Têm a capacidade de INIBIR enzimas do fígado que transformam (metabolizam) o THC.

Têm a capacidade de INDUZIR enzimas do fígado que transformam (metabolizam) o THC.

Maior quantidade de THC biodisponível, logo

maior probabilidade deste causar efeitos adversos.

Menor quantidade de THC biodisponível, logo

menor probabilidade deste causar efeitos adversos.

Exemplos:

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5. Verapamilo.

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6. Clopidogrel.

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7. Cimetidina.

Exemplos:

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9. Cloridrato

de Pioglitazona.

10. Carbamazepina.

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8. Fluvoxamina.

11. Rifampicina.

Bibliografia:

[1] Hunt D, Keefe J, Whitehead T. Understanding Cannabis: Clinical Considerations. The Journal for Nurse Practitioners. 2021;17(2):163-7. doi: https://doi.org/10.1016/j.nurpra.2020.10.030.

[2] Kocis PT, Vrana KE. Delta-9-Tetrahydrocannabinol and Cannabidiol Drug-Drug Interactions. Med Cannabis Cannabinoids. 2020;3:61-73. doi: 10.1159/000507998

[3] Brown JD. Potential Adverse Drug Events with Tetrahydrocannabinol (THC) Due to Drug–Drug Interactions. Journal of clinical medicine. 2020;9(4), 919.

Imagens:

1. Imagem do Alprazolam (Xanax)

2. Imagem do Bisoprolol

3. Imagem do Salbutamol

4. Imagem da Varfarina Sódica

5. Imagem do Verapamilo

6. Imagem do Clopidogrel

7. Imagem da Cimetidina

8. Imagem da Fluvoxamina (Luvox)

9. Imagem do Cloridrato de Pioglitazona

10. Imagem da Carbamazepina

11. Imagem da Rifampicina

© 2021 by André Seixas, Mafalda Grade e Rita Silva 

Se tens alguma dúvida, contacta-nos: cannabissativa2021@gmail.com

Trabalho realizado no âmbito da disciplina de Toxicologia Mecanística do Curso de Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas

da Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto (FFUP), no ano letivo 2020/2021. Este trabalho tem a responsabilidade pedagógica e científica

do Prof. Doutor Fernando Remião (remiao@ff.up.pt) do Laboratório de Toxicologia da FFUP.

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